sexta-feira, 29 de junho de 2012

Um apelo aos jovens

Chega a ser cômico eu, com 18 anos, me referir a alguém como "jovem" e não me incluir na lista. De fato, essa lista é restrita demais. E é especificamente por essa restrição que eu escrevo esse texto. É que eu, repentinamente, me dei conta que nunca mais terei de volta os anos que poderia ter dedicado a me tornar a bailarina que eu queria ser. Sim, é claro, posso fazer ballet para adultos um dia. Mas, me desculpem os hipócritas, não é a mesma coisa. Não só pelas possibilidades que diminuem drasticamente, mas porque depois de certa idade há uma vida a ser coordenada. E coordenar uma vida dá um trabalho que ninguém tem noção aos 13 anos de idade (receio que nem eu tenha ainda). Coordenar a própria vida nos tira o tempo pra viver de verdade. O amor pode sim ser o mesmo. O amor tem chance de ser quase sempre maior. Porque em todos os corações de uma sala de aula adulta há uma vontade, triste e sufocantemente contida, de ter mais uma vida e não fazer nada exceto dançar até o corpo começar a endurecer. Até o coração começar a endurecer. Até a vida começar a endurecer.
Dancem, mas dancem com tudo o que puderem. Dancem com a dedicação que o fariam se não houvesse outra chance de fazê-lo. Não há outra chance. Supere aquela preguiça que te faz faltar as aulas pra ficar deitada na cama fazendo qualquer coisa que você vai ter a vida inteira pra fazer. 
Seja a bailarina que você quer ser. Hoje. 

(e quem sabe isso diminui a minha dor de não ter sido)